Explorando a Gastronomia Brasileira Através dos Olhos do Chef Marcos Lôbo Publicado em 20/09/2023 às 21h59.
Fonte do Chef Marcos Lôbo; |
Explorando
a Gastronomia Brasileira Através dos Olhos do Chef Marcos Lôbo Publicado em
20/09/2023 às 21h59.
Neste blog, compartilho minha jornada na gastronomia e
como ela me moldou ao longo dos anos. Minha vida começou em uma cozinha, no
meio de uma aula da minha mãe, no dia 2 de outubro de 1961, ao meio-dia, na
bela cidade de São Luís, no Maranhão. Acreditar que o destino já traçava meu
caminho desde o nascimento se tornou uma realidade à medida que absorvi as
lições culinárias ao longo dos anos. A gastronomia brasileira sempre foi uma
sinfonia de sabores e ingredientes, ainda desconhecida por muitos na hora de
preparar uma refeição. Minha infância me presenteou com o conhecimento de ervas
e sabores que me acompanharam ao longo da vida.
Compreender os cortes internacionais é importante, mas
não se pode ignorar os cortes brasileiros ao buscar se tornar um grande
profissional da cozinha. Desvendar as técnicas e os segredos das pessoas que
conheci durante minha jornada não foi fácil, especialmente porque, embora o
Brasil seja vasto, eu nasci na última cidade nordestina ao norte do país, onde
os ingredientes eram únicos em sua essência.
Descobrir que meus pais também eram nordestinos, mas de
uma cidade diferente, explicou meu amor pela gastronomia brasileira. Minha mãe
passava o dia todo em uma cozinha, ensinando às mulheres negras maranhenses
como trabalhar nas casas das famílias na década de 1950. Isso foi o primeiro
passo para minha conexão com a gastronomia afro-brasileira. A fusão inicial de
conhecimento enriqueceu meu desejo de me tornar um cozinheiro.
Nossa jornada nos levou do Maranhão ao Piauí e, em
seguida, ao Ceará, onde descobri outra culinária dentro do Brasil. Esta cidade
nordestina tinha uma culinária distinta, e eu estava ansioso para experimentar
sabores diferentes dos que conhecia. Minha jornada continuou a expandir meu
paladar, a cada prato que eu provava.
Inicialmente, fiquei surpreso com as diferenças nos
ingredientes e nas técnicas culinárias. No entanto, sob a orientação habilidosa
da minha mãe, aprendi a apreciar o sabor do azedo misturado com
pimenta-do-reino, cebola, alho, louro, colorau, tomate e óleo. Esses
ingredientes, muitas vezes triturados em um pilão de mesa, se tornaram a base
da minha educação culinária.
Minhas idas às feiras locais, onde comprávamos
ingredientes frescos e secos, me apresentaram a um aspecto único da
gastronomia: a "xepa" (o costume de pegar os ingredientes que caíam
sob as bancas dos vendedores). Desde criança, eu já tinha esse hábito. Com a
"xepa", eu aproveitava ao máximo os ingredientes, usando parte deles
para complementar o cardápio da casa, enquanto o restante se tornava adubo
orgânico para a minha horta ou alimentava os animais que criávamos para
enriquecer nossa dieta em casa.
Minha jornada culinária nos desafiou a provar pratos
únicos, como a famosa salada de alface, tomate, cebola, manga, queijo e
pimentão, regada com vinagre, azeite e sal. Em seguida, veio o "baião de
dois", preparado com um feijão marrom e acompanhado por carne de porco
frita. Esse prato ficou gravado na minha memória até hoje, mas a jornada estava
apenas começando. A galinha cabidela com batata inglesa foi outro destaque
dessa viagem gastronômica incrível.
Pesquisador / Gastrônomo
Pernambuco - Brasil
WhatsApp: (81) 997886975
Comentários
Postar um comentário